O diagnóstico de pólipo na vesícula é relativamente comum, especialmente quando o paciente realiza ultrassonografias abdominais por diferentes motivos.
Apesar de, na maioria das vezes, não trazer riscos imediatos, a presença de pólipos deve ser avaliada com atenção, já que em casos específicos pode estar relacionada ao desenvolvimento de câncer de vesícula.
Neste artigo, você vai entender o que são os pólipos, quando exigem tratamento, os sinais de alerta e as formas de prevenção e acompanhamento médico. Continue a leitura!
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O que é um pólipo na vesícula?
O pólipo na vesícula é uma alteração caracterizada pelo crescimento de tecido na mucosa da vesícula biliar.
Geralmente, são descobertos de forma incidental durante exames de imagem de rotina, como a ultrassonografia.
Boa parte dos pólipos identificados à ultrassonografia, na verdade são pseudopólipos, isso é, são formações de acúmulo de colesterol, que não oferecem risco.
Porém, em alguns casos, os pólipos podem ser outros tipos de lesões até mesmo adenomas com potencial de transformação maligna, associando-se ao risco de câncer de vesícula.
Quais são os sintomas do pólipo na vesícula?
O pólipo na vesícula é assintomático. Isso significa que o paciente não apresenta dor ou qualquer sinal evidente.
O achado ocorre de forma incidental em exames feitos por outros motivos, como investigação de dor abdominal ou rotina preventiva.
Pólipo na vesícula pode evoluir para câncer?
O maior receio dos pacientes é saber se o pólipo na vesícula pode evoluir para o câncer de vesícula.
Embora a maioria dos pólipos seja benigna, alguns fatores aumentam o risco de malignidade:
- Tamanho: pólipos com mais de 10 mm merecem maior atenção, pois o risco de transformação maligna cresce proporcionalmente.
- Idade do paciente: indivíduos acima de 50 anos têm risco aumentado.
- Histórico de cálculos na vesícula: a presença simultânea de pedras pode elevar as chances de complicações.
- Pólipos únicos e de rápido crescimento: têm maior potencial de malignidade do que múltiplos pequenos.
Por isso, o acompanhamento médico é essencial para definir a conduta adequada em cada caso.
Como é feito o diagnóstico?
O exame mais utilizado para identificar um pólipo na vesícula é a ultrassonografia abdominal, que mostra a presença e o tamanho da lesão.
Em alguns casos, podem ser necessários exames mais detalhados, como:
- Ultrassonografia endoscópica – pode avaliar a estrutura do pólipo;
- Ressonância magnética de vias biliares – indicada em situações específicas;
- Tomografia computadorizada – pode complementar o diagnóstico.
Esses exames podem ajudar a diferenciar pseudopólipos de pólipos reais.
Qual é o tratamento para pólipo na vesícula?
O tratamento depende de fatores como tamanho, tipo de pólipo e sintomas do paciente.
- Pólipos únicos pequenos (<5 mm): geralmente são apenas acompanhados com exames periódicos.
- Pólipos únicos médios (entre 5 e 10 mm): a conduta vai depender do aspecto e velocidade de crescimento
- Pólipos únicos maiores (>10 mm): em regra, a indicação é de colecistectomia (remoção cirúrgica da vesícula), devido ao risco aumentado de transformação em câncer de vesícula.
- Presença de pólipos múltiplos ou associação com cálculos: nesses casos, a cirurgia costuma ser recomendada independentemente do tamanho.
A boa notícia é que a colecistectomia é um procedimento seguro, realizado por videolaparoscopia na maioria dos casos, permitindo alta no mesmo dia e com rápida recuperação.
Qual a relação entre pólipo na vesícula e câncer de vesícula?
O câncer de vesícula é uma doença rara, mas agressiva, e muitas vezes diagnosticada em estágios avançados, já que pode permanecer assintomática por muito tempo.
Por isso, a identificação e o acompanhamento de um pólipo na vesícula são fundamentais para evitar atrasos no diagnóstico.
A conduta médica de investigar lesões maiores e acompanhar pacientes de risco é justamente para reduzir a possibilidade de evolução silenciosa para câncer.
Prevenção e cuidados
Não existem medidas específicas para evitar o surgimento de pólipos. No entanto, manter hábitos saudáveis pode reduzir doenças associadas:
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- Alimentação equilibrada, pobre em gordura saturada;
- Manter peso corporal adequado;
- Evitar consumo excessivo de álcool;
- Evitar tabagismo;
- Realizar check-ups regulares e exames de imagem quando indicados pelo médico.
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Conclusão
O pólipo na vesícula é, na maioria das vezes, uma condição benigna e silenciosa.
Entretanto, quando apresenta fatores de risco, pode estar associado ao câncer de vesícula, o que exige acompanhamento médico rigoroso e, em alguns casos, a remoção cirúrgica da vesícula biliar.
Se você recebeu esse diagnóstico, não se assuste, mas procure um especialista para avaliação individualizada.
O acompanhamento correto garante segurança e tranquilidade. Saiba mais!
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Cirurgião do Aparelho Digestivo
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